A depressão.
Continuando....a depressão...sim, mesmo que
as considerações sobre o assunto derivem da experiência clínica com servas,
monjas Budistas e Concumbinas, e considerando que sua experiência deveria ser
considerada em relação ao contexto social da Dinastia Qing, isto também
é relevante nos tempos de hoje, já que fala essencialmente sobre a frustração
sexual e solidão, como confirma sua referência a viúvas (na China antiga as
viúvas eram deixadas a um segundo plano e raramente voltavam a se casar).
Refere-se especificamente ao desejo sexual que agita o corpo mas não encontra
satisfação nem no Coração nem na Mente: além da frustração sexual, se refere
também à frustração emocional e ao desejo de amar e ser amado.
Portanto,
considerando a posição social das mulheres na China Antiga e a habitual
frustração destacada acima, não é de se estranhar que a estagnação de Qi
ocupe um lugar tão central nas patologias femininas, sendo a estagnação
emocional em mulheres frequentemente o resultado da frustração sexual,
separação, perda e solidão: estes são os ”desgostos” recorrentes nos livros de
medicina chinesa.
A
frustração sexual era uma causa comum de enfermidade especialmente a partir da
Dinastia Song em diante, já que os Confucionistas não viam com bons
olhos a atividade sexual, que deveria ser praticada em segredo, e mesmo assim
sem nenhuma amostra de afeição em público (como acontece hoje em dia na China).
O modo de atuar em segredo da medicina e sociedade chinesa é um resultado claro
não tanto da influência Comunista, mas da influência Confucionista da dinastia Qing.
É importante compreender, porém, que estas regras não implicavam em nenhum
conceito de sexo relacionado a “pecado”, nem que a mulher fosse vista como
origem do pecado como estabelece o ponto de vista Cristão. A aversão
Confucionista ao sexo era determinada principalmente devido ao medo de que a
promiscuidade pudesse atrapalhar a sagrada vida em família. Continua...